Botswana, Foto T.Abritta, 2008

terça-feira, 7 de junho de 2011

Um “Rosário” de Violências

Ditaduras transvestidas de Democracias, como agora no Brasil – governado por Sarney, Lula e seu fantoche Dilma –, investem tanto em propaganda para a enganação da boa fé popular ao ponto de criarem uma secretaria com status de ministério como a Secretaria de Direitos Humanos. A atual ocupante deste cargo, ministra Maria do Rosário, parece que tem como função apenas manter aparências, já que diante de um rosário de violências sempre fica calada.
Agora quando resolveu abrir a boca, foi justamente para dizer que não tem recursos para proteger centenas de humildes trabalhadores ameaçados pelos criminosos ambientais e outros membros da “Nova Direita” de Lula-Sarney e sua marionete Dilma.
Caso a ministra considere vidas humanas mais importantes do que seu carguinho público, não seria melhor a extinção de sua secretaria e usar suas verbas para salvar pessoas ameaçadas de assassinato?
Como estímulo vai abaixo um velho poema que trata desta velha chaga brasileira:

Comendo Chapéu
Carlos Drummond de Andrade

JAMES MITCHELL, ministro do Trabalho
Em Washington, D.C., e homem sério,
notou o contra-senso:
para o trabalho havia um Ministério
com toda cibernética montagem;
para trabalhadores, não havia
trabalho.

Ora, Mitchell sentiu-se no dever
de dar emprego a quem não tinha mas queria
trabalho.
E garantiu que, vindo outubro, com ele vinha
trabalho tanto e em tal variedade
que seria trabalhoso e mesmo vão
evitar
trabalho.

E tão seguro estava do milagre
que prometeu de pedra e cal
comer de aba e copa o seu chapéu
(dele Mitchell, ministro do Trabalho)
se algum trabalhador ficasse ao léu.

Eis que outubro apontou, e bem contadas
as filas de chômeurs, verificou-se
que 3.200.000 pessoas
estavam sem trabalho
(40.000 a mais do que em setembro).

Mitchell não teve dúvida em cumprir
o seu enchapelado compromisso,
mas como tudo é chapéu, e o caso omisso,
mandou fazer
um de chocolate e nozes e comeu-o
no hall do Ministério do Trabalho,
com o quê, teve bastante
trabalho
mastigatório.

No Brasil, se os governantes resolvessem
comer chapéu ao falhar uma promessa
– de carne, de feijão, de água à beça
e outras metas maiores e menores –
todos os brasileiros passariam
a ter trabalho, e muito,
no ramo confeiteiro,
mas não havia chocolate que chegasse
e nem tampouco nozes
para chapéu de bolo no ano inteiro.

15-11-1959

Nenhum comentário:

Postar um comentário